Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos.
Chorar menos.
Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática, as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho permitido escutar.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
Aqueles que morrem e ressuscitam
A cada novo fruto,
A cada nova flor,
A cada novo calor,
A cada nova geada,
A cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amor, sonhar o amalgamar.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque, pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela, que a alma cria e que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).
Trechos de Oração a mim mesmo. Oswaldo Begiato.
Foto Cattleya warneri
Um grande abraço
Lella